A cefaleia (enxaqueca) é um sintoma universal e estima-se que 95% dos homens e 99% das mulheres terão pelo menos um episódio ao longo da vida. Das quais cerca de 40% apresentam-na com certa regularidade. Nesse estudo, 65,4% dos habitantes tiveram cefaleia em um período de 12 meses.
As causas de cefaleia são múltiplas e predominam aquelas decorrentes de alterações funcionais do sistema nervoso central. Estas são chamadas de cefaleias primárias, como a cefaleia do tipo tensional (CTT) e a migrânea (dores associadas a sensibilidade a luz).
As cefaleias podem variar conforme a intensidade e a frequência, podendo ser extremamente incapacitantes.
Se por um lado a cefaleia tensional figura como a cefaleia mais prevalente na população em geral, nos centros terciários há predomínio da migrânea. Essa diferença se explica, pelo menos em parte, pelo fato de que a CTT é menos incapacitante. Por sua vez, a migrânea é uma cefaleia caracteristicamente de forte intensidade, sendo acompanhada por sintomas como náuseas e vômitos ou foto e fonofobia.
Para se construir o diagnóstico, a biomedicina recupera e reconhece narrativas subjetivas de pacientes, suas percepções e sensações de dor. Além disso, estudos como tomografia computadorizada, eletroencefalogramas e ressonâncias são realizados para descartar qualquer outra doença. Mas se os resultados estão dentro dos parâmetros esperados, é então que os profissionais diagnosticam “enxaqueca”.
Como identificar os sintomas?
As enxaquecas sintomáticas, ocorrendo como primeiro sintoma, de um tumor cerebral, de moléstia vascular cerebral, em casos de doenças cardio-vasculares, em afecções da coluna cervical, em certas doenças renais. Assim sendo, sempre é necessário cuidadoso exame geral e neurológico antes de firmar o diagnóstico de enxaqueca autêntica. Em outras palavras, a enxaqueca é o resultado de “tudo está bem”.
A migrânea é uma cefaleia primária incapacitante e comum, recorrente ou crônica, podendo durar de 24 a 72h. A dor é geralmente unilateral, pulsátil, de intensidade moderada a intensa. Esta é agravada por atividades da rotina diária, associada a náusea e/ou vômito e/ou fotofobia e fonofobia. Pode ou não vir acompanhada de sintomas totalmente reversíveis e durando minutos, como alterações visuais, sensitivas ou outro sintoma do sistema nervoso central (SNC) (aura).
Alguns pacientes também apresentam uma fase premonitória, antecedendo em horas ou dias o aparecimento da cefaleia. Esta fase inclui:
- depressão
- apetite específico para determinados alimentos
- sonolência
- agitação
- hipoatividade de modo geral.
Os avanços no campo da dor nos últimos cinquenta anos, têm produzido um novo paradigma abrangente. Este nos permite entender, sobretudo, a dor como um fenômeno complexo, que vai além dos mecanismos fisiopatológicos. Evidenciando as fortes evidências do desempenho dos mecanismos nociceptivos e psicológicas na percepção da dor. Essa mudança de paradigma envolve uma compreensão biopsicossocial de dor e ressalta a interação complexa entre fatores sociais e ambientais fisiológicos, psicológicos, (Gatchel, 2009).
Consequências da Enxaqueca
Um estudo realizado por profissionais médicos em um hospital em Buenos Aires concluído a partir de enquetes para as pessoas diagnosticadas com enxaqueca, mostrou um resultado surpreendente. Conforme pesquisa, 80% deles consomem drogas em uma base diária, o que eles representavam entre 5% e 18% de sua renda mensal. Além disso, 98% dos entrevistados afirmaram que deveriam deixar de realizar suas tarefas de duas a seis vezes por mês.
Outro aspecto foi a avaliação do status de cada pessoa, onde a maioria não estava satisfeita com suas vidas. Em entrevistas foram conduzidas traços de ansiedade e depressão surgiu em 76% dos casos (Zavala e Sarabia, 2003)
Há estudos onde se procurou a prevalência da enxaqueca ao longo da vida em uma população de 200 deficientes visuais, a fim de abordar o fenótipo da doença nesta população particular. Após a cegueira, apenas um paciente continuou expressando aura como antes. Isto sugere que a entrada e processamento visual normal é crucial para a expressão da aura na enxaqueca. Além disso, em um paciente que ficou cego anos antes dos ataques de enxaqueca, surgiram fenômenos auditivos, e não visuais. Estes, possivelmente refletindo um sintoma semelhante à aura. A fotofobia é claramente dependente da visão, pois não está presente concomitantemente na cegueira total.
Enxaqueca x Depressão
A associação entre dores de cabeça primárias e depressão tem sido relatada na literatura. Galego et al. demonstraram que, embora ainda não exista uma explicação lógica para essa associação, ela provou ir para os dois lados. Pacientes com cefaleia têm maior chance de desenvolver depressão e pacientes com depressão têm maior chance de desenvolver enxaqueca.
A dor de cabeça é sentida por 93% dos homens e 99% das mulheres em algum momento da vida. A cefaleia de tensão é o tipo mais comum, sendo vivenciada por 69% dos homens e 88% das mulheres e está relacionada ao estresse emocional e físico. Uma prevalência estimada de enxaqueca na população adulta mundial é de cerca de 10-12%, 6-28% em mulheres e 2-19% em homens. É um distúrbio primário e incapacitante da cefaleia primária e é considerado um dos motivos mais comuns para consultas em centros neurológicos.
Nosso estudo demonstrou uma relação clara entre cefaleia primária e depressão em adultos jovens. Além disso, algumas características foram identificadas em pessoas com dor de cabeça, o que implicaria maior risco de apresentar depressão associada. Náuseas e vômitos e incapacidade moderada a grave são fatores independentes relacionados à depressão. Os participantes que tiveram náuseas ou vômitos durante uma crise de cefaleia foram 1,91 vezes mais propensos a ter depressão.
Além disso, os estudantes com incapacidade moderada ou grave devido à cefaleia tiveram 2,36 vezes mais chance de apresentar depressão.
Essas duas características estão intimamente relacionadas a incapacidade nas cefaleias e são mais propensos a estar presentes em pacientes com enxaqueca. De fato, adultos jovens com enxaqueca são mais propensos a apresentar depressão do que aqueles com cefaleia do tipo tensional, 18,8% e 9,2%, respectivamente.
A redução da libido, lentidão e náusea foram mais intensas em pacientes com enxaqueca.
Tudo isso sugere que a enxaqueca e a depressão co-ocorrem mais freqüentemente do que se poderia esperar. Sugerindo, sobretudo, que ambos os distúrbios compartilham mecanismos desencadeadores dos sintomas.
Disfunção Têmporo Mandibular
A Disfunção Têmporo Mandibulare (DTM) é um distúrbio das articulações temporomandibulares (ATM) e / ou músculos mastigatórios e estruturas associadas. Pode causar dor na região a frente da orelha, dor na articulação temporomandibular, restrição do movimento mandibular e estalidos aos movimentos de mastigar ou falar. No Brasil, 37,5% da população pode apresentar um desses sintomas.
Um dos mecanismos descritos é a capacidade da DTM de agravar uma cefaleia pré-existente. Ou ainda, atuar como fator de risco para a migrânea, também associados a modificação postural.
Tratamento
No tratamento da enxaqueca, para ter base quanto ao efeito de um medicamento é preciso administrá-lo, pelo menos, durante 6 semanas em seguida. Não pretendemos curar a enxaqueca. Mas o tratamento, como indicamos, tem, indubitavelmente, grande valor, mesmo que seja necessário repeti-lo de tempos em tempos.
Microfisioterapia e Enxaqueca
A indicação para tratar enxaqueca utilizando-se a microfisioterapia faz parte da proposta.
Há indicação de tratamento de depressão, alergias alimentares, intolerâncias alimentares, ansiedade, insônia, bruxismo, naúseas e tonturas, sintomas de climatério e menopausa.
Ao ler diversos estudos sobre a enxaqueca e seus sintomas associados e correlacionando indicações da microfisioterapia seu encaixe então é perfeito e é por isso que os resultados são efetivos.
Inúmeros pacientes com diagnostico de enxaqueca já se beneficiaram através de tratamento com a microfisioterapia. Eles passaram a viver com muito mais qualidade de vida, e na maioria deles com solução total do problema.
A Microfisioterapia pode ajudar no tratamento da enxaqueca. Agende agora sua consulta…
Dr. Thalez é brasileiro, 40 anos. Graduado em Fisioterapia em 2002 na PUC – Pontifíca Universidade Católica do Paraná e Pós-Graduado em Fisioterapia do Trabalho, além de ter participado de diversos cursos de formação internacional. Conta com experiência profissional de 16 anos nas áreas de Fisioterapia e Microfisioterapia. FISIOTERAPEUTA – 44.400